Módulo Básico - Fundamentos do Agronegócio
A maioria dos produtores de café no Brasil é membro de alguma associação de interesse privado, e os insumos, em grande parte, são obtidos por meio das cooperativas, que os disponibilizam com menor preço por operarem em grande escala. Apenas grandes cafeicultores vendem os grãos para compradores diretos, pois a maioria dos produtores se relaciona com a cooperativa para entregar seus produtos. Zilbersztajn (1993) acredita que “em geral os produtores trabalham com um nível de incerteza e insegurança muito alto em relação às informações disponíveis no mercado”. Mas por que essa incerteza acontece para os produtores de café? Essa situação ocorre em função de fatores como distância física entre produtor e cooperativa, desinteresse em participar das transações e dificuldade de comunicação com as fontes. Nesse sentido, o produtor mantém uma relação instável com a cooperativa, já que ele possui a possibilidade de vender a sua produção para outros atores da cadeia (ZILBERSZTAJN, 1993). Por sua vez, as cooperativas vendem o café para a indústria de torrefação, os exportadores e os dealers . É importante destacar que algumas cooperativas atuam, também, nos processos de torrefação e moagem. A comercialização e a distribuição de café no Brasil são realizadas “por meio dos exportadores, maquinistas, corretores, atacadistas e varejistas em geral, como bares, restaurantes, padarias, supermercados e as próprias torrefadoras” (ZYLBERSZTAJN, 1993). Perspectivas futuras para a cadeia produtiva do café Segundo a Organização Internacional do Café (OIC), o consumo de café premium tem apresentado crescimento acentuado nos últimos anos. No Brasil, tem crescido a uma taxa média anual de 15%, enquanto o tradicional tem aumentado cerca de 3,5% (REVISTA CAFEICULTURA, 2020). Em nosso país, o consumo anual de café premium é de cerca de 70 mil toneladas, o que representa de 5% a 10% do consumo total no setor. Esse consumo cresce 15% ao ano, enquanto o de café tradicional aumenta 3,5% ao ano. Em 2012, dados da Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) chamavam a atenção para o aumento do consumo do café tradicional: “os brasileiros estão consumindo mais xícaras de café por dia e diversificando as formas da bebida durante o dia, adicionando ao café filtrado também os cafés expressos, os cappuccinos e outras combinações com leite” ( ABIC, 2012). Uma outra categoria de consumo de café que tem ganhado importância é a comercialização do produto em cápsulas. Dados da Abic apontam crescimento e a expectativa é de que essa tendência continue até 2021. O quadro a seguir apresenta os dados de consumo publicados pela Abic em 2017 e as expectativas para o consumo de 2021, incluindo o mercado de café em pó, grãos e cápsulas, o comércio no varejo com lojas próprias, atacados, varejos e internet. Acompanhe. Dealers Negociantes que atuam como intermediários em uma transação comercial.
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