Módulo Básico - Fundamentos do Agronegócio
A Conab (2020b) aponta que houve um leve declínio nos estoques de arroz de 2018 para 2019. Em abril de 2020, o Brasil exportou 128,6 mil toneladas de arroz e importou 66 mil toneladas. A maior parte do arroz importado veio do Paraguai, destinada principalmente ao consumo da região Sudeste, em especial os estados de São Paulo e Minas Gerais. De acordo com o Mapa, estima-se uma produtividade de 5,5 toneladas por hectare, cerca de 600 kg a mais do que a atual produtividade de 4,9 toneladas por hectare. Hoje, a maior parte da produção de arroz do Brasil se concentra no Rio Grande do Sul, com produtividade aproximada de 7,5 toneladas por hectare.
Existem duas formas de cultivo no país:
• na região Sul, o cultivo do arroz ocorre em várzeas inundáveis; • nas outras regiões, como Norte, Nordeste e Centro-Oeste, a produção do arroz de sequeiro é pequena e ocorre em áreas de formação de pastagens.
Agregação de valor no arroz
É fato que na última década houve o aumento da massa salarial e do poder aquisitivo da população brasileira e a ascensão da classe C (também chamada “nova classe média”). Essa classe tem como padrão de consumo ser exigente em relação aos produtos que consome e, ao mesmo tempo, tem consciência de que não pode errar na compra por não possuir uma segunda oportunidade de aquisição. Essa mudança nos padrões de consumo está levando à sua diminuição per capita de cereais básicos e ao aumento da demanda por produtos com valor agregado, como massas, pães e arroz para uso gourmet, como o arbóreo, o basmati, o com certificação de origem etc.
Comentário do autor No Brasil, podemos citar como exemplo de geração de valor o arroz do litoral norte gaúcho. Esse arroz obteve o selo emitido pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) atestando que o produto da região é diferente dos demais produzidos no Brasil. O local em que é produzido – a área de cultivo, localizada em uma faixa de terra entre a Lagoa dos Patos e o Oceano Atlântico – influencia a qualidade do arroz, que apresenta um rendimento superior. Esse é o primeiro registro de Denominação de Origem de um produto brasileiro e o oitavo de Indicação Geográfica do país. O Inpi confirmou que o cereal tem características distintas e autorizou a utilização do selo por todos os produtores da região que conseguirem alcançar os requisitos mínimos exigidos (são 1.400 produtores de arroz em uma área que equivale a 130 mil hectares). A expectativa da Aproarroz é que o produto tenha valorização de 20% em relação ao preço atual (CANAL RURAL, 2011).
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